A bilhética praticada nos transportes públicos do município de Aveiro pode estar prestes a levar uma grande transformação
Os transportes públicos de Aveiro poderão vir a ter um novo sistema de bilhética. A novidade foi avançada pelo vereador Pedro Ferreira no decorrer de uma palestra sobre transportes públicos de Aveiro, organizada por um grupo de alunos do 12.o D, (Área de Projecto), na Secundária Dr. Mário Sacramento.
Neste evento, que reuniu Paulo Costa, da Câmara de Ílhavo, Otília Sousa, da CP, e Herculano Caetano, da Transdev, o vereador responsável pela MoveAveiro realçou o quanto é oneroso para a Câmara Municipal sustentar financeiramente a rede de transportes rodoviários.
“Ao contrário de Lisboa e Porto, onde a despesa é suportada pelo Governo, em Aveiro é a autarquia a garantir o funcionamento da rede de transportes públicos, com a agravante de ainda ter a seu cargo os transportes fluviais entre o Forte da Barra e São Jacinto”, afirmou o autarca justificando o quão “difícil é gerir esta área”.
Pedro Ferreira reconheceu ainda a necessidade premente de haver articulação, ao nível dos transportes, entre municípios vizinhos. “Hoje em dia, é normal as pessoas viverem em Aveiro e trabalharem em Ílhavo, Águeda ou Estarreja e vice-versa. A circulação entre municípios é diária e com tendência a crescer, por isso a resposta ao nível dos transportes públicos devia ser abrangente e eficaz”, disse o vereador, acrescentando que essa é uma meta que gostava de atingir.
Gratuidade leva à negligência
Dentro do município também nem tudo corre bem. Pedro Ferreira considera ser “uma falha” o facto das várias respostas do sistema de transportes públicos não estarem cobertas pela mesma bilhética e, para minimizar essa lacuna, anunciou, para breve, a implementação de um novo sistema de bilhetes compatível com os autocarros, as lanchas e as bugas.
Nas suas palavras, ainda se associa a gratuidade a algo dispensável e as bugas são disso exemplo. “Como são bicicletas de utilização gratuita e anónima há tendência para se estragar”, explicou. Com este novo sistema, “o utilizador é mais facilmente identificado e, por isso mesmo, deverá travar os actos de vandalismo sobre as bugas”, disse.
Otília Sousa, da Unidade de Negócios da CP, responsável pela linha Porto/Aveiro, orientou a sua intervenção para as vantagens do comboio.
Viagens “low cost”
“De 2004 para 2008 registou-se um aumento de quatro milhões de passageiros nesta linha, contribuindo para isso a modernização do material circulante, a oferta de horários e todos os serviços paralelos que estão disponíveis aos passageiros”, afirmou Otília Sousa, confirmando que “desde o ano passado já verificámos um aumento de 10 por cento do número de passageiros nesta linha, com uma média diária de 6.206 viagens entre o Porto e Aveiro”.
Esta responsável avançou ainda com a pretensão da CP estender até Aveiro o Andante, um sistema de bilhética do Porto válido para comboios, autocarros e metro. E porque os números ajudam a reter a informação, lembrou à plateia que uma viagem de carro entre Aveiro e Porto custa 9,30 euros, contra os 2,15 de comboio. Nesta viagem, os custos ambientais de carro são de 5.32, enquanto de comboio é 1.45 e, no que respeita às emissões de CO2, garante 11.79 contra 0.76.
Fonte: Em Aveiro
Novo sistema de bilhética para autocarros, lanchas e bugas
Moderador: Moderadores
Create an account or sign in to join the discussion
You need to be a member in order to post a reply
Create an account
Not a member? register to join our community
Members can start their own topics & subscribe to topics
It’s free and only takes a minute