Reportagem: Saldos na Feira de Março (Aveiro)

Tudo o que não seja abordado nas outras secções será abordado aqui.

Moderador: Moderadores

Avatar do Utilizador
Mr_QuIm
Administrador & CEO
Administrador & CEO
Mensagens: 2640
Registado: sexta abr 27, 2007 5:17 pm
Localização: Aveiro
Género:
Contacto:
Quim’s avatar
A carregar…

Reportagem: Saldos na Feira de Março (Aveiro)

Mensagem por Mr_QuIm »

Empresários de diversões adaptam-se à crise com promoções que passam, em muitos casos, por vender mais fichas pelo mesmo preçário de 2008

Com um olho na crise e outro na meteorologia. Os empresários de divertimentos da Feira de Março, em Aveiro, não têm tempo para desfrutar das rodas gigantes ou montanhas-russas.

Estão convencidos de que a situação económica das famílias vai reflectir-se na mais importante feira de diversões da região Centro, que ontem abriu portas para a 575.ª edição que só termina a 26 de Abril. Cada um à sua maneira, adaptam-se a uma realidade que temem. Uns mais do que outros.

José Simões, 59 anos, é proprietário da pista de carros-choque "King Kong". Este ano, perspectiva uma "quebra de 20 a 30 % nas receitas", que, acredita, só não será maior porque baixou os preços das "voltas". "O ano passado vendia cinco fichas por cinco euros, este ano damos seis fichas; vendia 12 por 10 euros, este ano damos 15 fichas e os 20 euros que em 2008 davam para 26 fichas dão agora para 35", resume José Simões, enquanto vende fichas, umas atrás das outras, a jovens.

Diversões a preços de saldo para enganar a crise. Uma receita igualmente adoptada por António Amaral, de 49 anos. Tem dois carroceis, a roda gigante e o "Oito", mais virado para as famílias. Neste último dá mais fichas pelo mesmo dinheiro, "para que os adultos acompanhem os mais novos", explica. Na roda gigante não mudou o preço (2,50 euros) mas cortou no número de funcionários. "Tinha três, agora tenho um", revela. É pouco, mas não é fácil arranjar mão-de-obra. "Vejo-me aflito, mesmo recorrendo aos Centros de Emprego, dizem que pelo dinheiro que lhes pago preferem continuar a receber o subsídio de desemprego. E atenção, que eu pago mais do que o subsídio mínimo, para além das refeições e alojamento", frisa António.

Nem todos apostam nas promoções. Lucinda Luz, 52 anos, gere o "comboio fantasma". Mantém tudo igual como no ano passado, o preço dos bilhetes, o número de funcionários, nada mudou. Está à espera de ter menos "passageiros", num quadro que se tem vindo a agravar.

Rui Azevedo conta as moedas que à noite vão ser trocos na barraca de tiro. Os 12 chumbos continuam a custar três euros, mas este ano é o premiado que escolhe o "peluche". Rui tem 33 anos, "nasceu" a ver a feira através do negócio de família. Receia que a quebra de 50% nas receitas em 2008 não se repita.

Muitos acreditam que a fama e a tradição da feira, com mais de cinco séculos, pode contornar a crise. É o caso de André Simões, da "pista das motinhas", que não mudou o preçário, porque acredita que o cartaz de espectáculos musicais (ver caixa) pode encher a Feira de Março.

O discurso de esperança sai de Nazaré Correia, 52 anos, o rosto das farturas da Feira de Março. Não mexeu nos preços (70 cêntimos cada) porque acredita que "há sempre dinheiro para comprar uma fartura" e só espera vender "tanto como no ano passado". Que o S. Pedro não mande água, é o desejo de todos.
Administrador/WebMaster do site e do forum!

Imagem

Imagem

Create an account or sign in to join the discussion

You need to be a member in order to post a reply

Create an account

Not a member? register to join our community
Members can start their own topics & subscribe to topics
It’s free and only takes a minute

Registe-se

Sign in