“É necessário um sistema de mobilidade integrado que, a meu ver, em Aveiro não existe”, avaliou ontem Margarida Coelho, docente da Universidade de Aveiro, ao intervir no âmbito do seminário “Saúde e Bicicleta”, que decorreu no Centro Cultural e de Congressos no âmbito da Semana Aveiro Cidade Saudável, promovida pela autarquia.
“É necessário um sistema de mobilidade integrado que, a meu ver, em Aveiro não existe”, avaliou ontem Margarida Coelho, docente da Universidade de Aveiro, ao intervir no âmbito do seminário “Saúde e Bicicleta”, que decorreu no Centro Cultural e de Congressos no âmbito da Semana Aveiro Cidade Saudável, promovida pela autarquia.
Para esta docente do departamento de Engenharia Mecânica, para além da ausência de uma solução multimodal, o uso da bicicleta é prejudicado também pelo facto de que “viajar de automóvel e, sobretudo, estacionar continua a ser muito barato”, considerou.
Quem quiser andar de bicicleta em Aveiro “enfrenta sérias dificuldades”, salientou Margarida Coelho, apontando falta de sinalização, falta de respeito por parte dos automobilistas e falta de uma acção punitiva forte por parte da polícia de trânsito como alguns dos factores responsáveis. “Enquanto o estacionamento em segunda fila não for fortemente penalizado e enquanto não houver respeito por parte dos automobilistas, não se pode andar de bicicleta em segurança em Aveiro”, ressaltou.
Recorrendo ao exemplo da Avenida Dr. Lourenço Peixinho, a docente concluiu que “não é fácil nem seguro andar de bicicleta” nesta artéria da cidade, lembrando que “existem ciclovias, mas sem sinalização, com buracos e obstáculos”.
Estas serão algumas das razões que fazem com que os aveirenses, e os portugueses em geral, pedalem, em média, 29 quilómetros por ano, o equivalente a pouco mais de uma viagem de ida e volta entre Aveiro e a Barra. Muito pouco, sobretudo quando comparados com os dinamarqueses e os holandeses, que são quem mais pedala na Europa: 936 e 848 quilómetros por ano, respectivamente.
Os números foram revelados por Margarida Coelho para ilustrar a baixa implementação da bicicleta, contrapondo com exemplos de outras cidades europeias que “adoptaram” a bicicleta de forma mais eficiente, como Paris, Amesterdão ou Copenhaga, onde a principal avenida da cidade foi fechada ao trânsito automóvel e 36 por cento dos habitantes pedala para o trabalho.
A docente calculou ainda uma poupança de 60 euros mensais para um indivíduo que opte por pedalar para o trabalho. A estimativa de Margarida Coelho pressupunha viagens de cerca de 15 quilómetros, de ida e volta, cinco vezes por semana.
Fonte: Em Aveiro
Quem quiser pedalar em Aveiro “enfrenta sérias dificuldades”
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